terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Batendo calcanhar / Choque térmico

 Eis a trilha de tijolos amarelos onde cada um persegue seu objetivo.
Eu persegui o meu.
Foram 4h e meia de NY ao Panamá. Agora posso esmiuçar em detalhes:
Ao recebermos a notícia fatídica de que Taci não estaria no nosso vôo, tudo o que fizemos para tentar colocá-la em nosso vôo foi em vão. Nada deu certo. Na-da.
Foi aí que meu surto começou.
Sabe quando vc lembra que "oh, no acidente da air France, a mulher perdeu o avião e se salvou pois não era a hora dela" ou "Fulaninho, não conseguiu embarcar no avião, acabou sobrevivendo". Daí eu pude ter certeza: era a minha hora. Taci havia se salvado. Era a única explicação plausível (na minha cabeça). Comecei a ficar sem reação. Completamente em pânico. Mas sem me manifestar.
Ok. Foram as 4h e meia de vôo. Sobrevivi (claro, mas não tava óbvio na minha cabeça).
NO hotel, abstraí tudo. Era tudo lindo. Vejam:

demais, né?


Como tava quentinho, entrar em contato com a água era inevitável. Até que resolvemos entrar de roupa mesmo. Tudo assim, espontâneo, divertido e improvisado.
Dali, eu fuxiquei o email de Taci que tava logado no meu Ipod. Somente assim, consegui ter notícias dela de uma posição bem intrometedora...Mas So What? É minha amiga...não tem problema.
Dali tb mantive contato com o namê dela, o Rodrigo.
Descobri que Taci passava por problemas tensos demais. Conseguiu o vôo e apesar de problemas com a mala, parecia estar tudo se resolvendo.
Fiquei um pouco mais calma. Mas ainda estava psicologicamente abalada.
E eis que chegou o momento de voar novamente:
Aaaahhhhhhhhhh!!!!!!!!!!
7h05m  =O

7h de auto controle. 7h de vôo "mexido". 5h quase que ininterruptas de turbulências. Avião barulhento. Barulho de nave espacial antiga. Eu achei sério que fosse ter problemas com aquilo. Entrei em desespero dentro de meu próprio corpo. Controlei qualquer manifestação de fobia. Me comportei bem.
Foi algo dos mais top de auto controle que eu tive na minha vida. O desespero me sufocava. 7h de cortisol em alta (hormônio do estresse). Não comia nada pq estava com o estôgado embrulhado.
Na hora de aterrissar, um barulho horrível! Parecia que vinha da turbina. Achei que o avião fosse cair ali mesmo.
Tive certeza.
Minha nuca gelou, um frio na espinha com dormência que ia até as mãos. Muito medo.
Deu tudo certo. NO fundo eu sabia que ia dar certo. Mas meu medo me mantinha irracional. Bruna foi ótima conversando comigo nos momentos difíceis. Ela passava tranquilidade pra mim. Isso foi crucial.
E eis que quando me dei conta de que estava bem, de que estava em casa... Me lembrei de que "não há lugar como o nosso lar". Estava em casa de novo. Meu lar. Rio de Janeiro City. Pessoas falando meu idioma, ambiente com o cheirinho da baía de guanabara de sempre..rs... Minha dormência de congelamento virou um tremor e eu comecei a desabar de chorar. Copiosamente. Como eu pude ter "certeza" dentro do meu estado emocional descompensado de que eu nunca mais veria aqueles que amo, eu não conseguia acreditar que estava ali e que estava tudo bem.
Desabei mesmo.

Ufa! cheguei bem e agora é só alegria. 
Matando a saudade de tudo e de todos de minha vida normal. De volta a correria que tanto amo.
E batendo os calcanhares assim como Dorothy em "o mágico de Oz" eu pude realizar que meu desejo tinha se realizado e eu estava em casa novamente. 

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